O dia 7 de setembro é uma das datas comemorativas mais importantes do Brasil. Neste dia aconteceu um dos principais eventos da nossa história: a independência do Brasil. Foi no dia 7 de setembro de 1822, que d. Pedro deu início a trajetória do país como uma nação independente.
Atualmente, o 7 de setembro é um feriado nacional que é marcado por comemorações públicas espalhadas pelo país inteiro. O dia da Independência do Brasil é marcado por seu desfiles cívicos, que visam relembrar a data especial.
Para esclarecer um pouco mais do que aconteceu neste dia 7 de setembro, separamos algumas curiosidades sobre a Independência do Brasil. Em 7 de setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga, na atual cidade de São Paulo, o evento conhecido como Grito do Ipiranga marcou oficialmente a independência do Brasil. Mas o processo histórico de separação entre Brasil e Portugal iniciou em 1921 e só foi efetivamente concretizado em 1825.
A maçonaria teve um papel fundamental no processo de independência do Brasil, especialmente a partir da figura de José Bonifácio de Andrada e Silva, que foi um importante articulador do movimento de emancipação. José Bonifácio era grão mestre da loja Grande Oriente do Brasil e acreditava em uma emancipação que trouxesse mais autonomia, mas sem uma separação radical com Portugal, ou seja, defendia uma independência moderada, tendo em vista os processos de emancipação na América Espanhola que resultavam em pequenas repúblicas. D. Pedro I vai ter em Bonifácio uma grande referência política.
Foi a primeira esposa de D. Pedro I, Maria Leopoldina de Áustria que assinou o decreto de independência. Enquanto D. Pedro estava em viagem a São Paulo acompanhado de uma comitiva pequena, Leopoldina ficara na corte representando o governo, e com a crise iminente agiu assinando o decreto da independência. Maria Leopoldina foi uma importante articuladora política da independência, como mostram suas missivas a Pedro I neste período de conflitos e transição. Enquanto isso, foi durante esta viagem que D. Pedro I encontrou pela primeira vez com Domitila de Castro, que depois tornou-se Marquesa de Santos.
Relatos discretos de membros da comitiva de D. Pedro I contam que no dia da independência, em 7 de setembro de 1822, Pedro I passava por alguns desconfortos intestinais, o que atrasou um pouco o retorno ao Rio de Janeiro, pois o monarca precisava parar a viagem constantemente para se aliviar.
Embora a independência tenha sido anunciada com o grito às margens do Ipiranga em 7 de setembro de 1822, o reconhecimento e aclamação de D. Pedro I como o primeiro imperador do Brasil ocorreu em 12 de outubro, pouco mais de um mês depois. A festa de reconhecimento da independência era um ritual importante para o reconhecimento e identificação da separação entre Portugal e Brasil pela população. Por isso as festas não eram apenas formas de divertimento, mas tinham um sentido político: bailes, banquetes e desfiles aproximavam o povo da ideia de separação e os símbolos iam aos poucos construindo um sentimento nacional.
As cores verde e amarela - que muita gente até hoje pensa representarem as matas e o ouro do Brasil - representavam, respectivamente, as casas Bragança e Habsburgo, ou seja, as famílias de D. Pedro I e Leopoldina, e passaram a fazer parte da simbologia da nação.
Portugal demorou a aceitar e reconhecer a independência do Brasil. Isso só aconteceu depois de muita mediação, por parte da Inglaterra, e deu-se em 1825, com a cobrança de indenizações - tanto para o estado português, como para particulares. Os portugueses exigiam o pagamento de objetos deixados no Rio de Janeiro - como, por exemplo, a Real Biblioteca (Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro). Exigiam também o pagamento da dívida pública que fora sido contraída até 1807 com a Inglaterra. Só em 1825 a conta foi paga e o Brasil teve sua independência reconhecida por Portugal.
O quadro de Pedro Américo chamado "Independência ou Morte" construiu a imagem da independência, mesmo tendo sido produzido bem depois do acontecido. O quadro é datado de 1888 e compõe a coleção do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (em obras e aguardando abertura na comemoração do bicentenário da independência, em 2022). Pedro Américo, financiado pelo Estado Imperial, a pedido de D. Pedro II, pintou o evento histórico recheado de inconsistências: a comitiva de Pedro I era bem diminuta, mas no quadro aparecem muitas pessoas acompanhando o famoso grito; a colina também parece mais elevada, dando destaque central à figura de D. Pedro I. Uma representação para positivar o ato da independência e, principalmente, o Império brasileiro, já em crise e em reta final.