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07/04/2020 às 09h36min - Atualizada em 07/04/2020 às 09h36min

Redação Maricá: Após muitas especulações, Ministro da Saúde se mantém no cargo

Numa segunda-feira de idas e vindas sobre a permanência de Luiz Henrique Mandetta à frente do Ministério da Saúde, o vice-presidente Hamilton Mourão disse no início da noite que Mandetta permaneceria no cargo. Pouco depois, o próprio ministro confirmou que fica. O Palácio do Planalto não se manifestou sobre o assunto.

O presidente Jair Bolsonaro saiu do Palácio da Alvorada e, como de costume logo cedo, desceu para falar com apoiadores. Sem mencionar Mandetta, um deles falou que, como técnico de um time, Bolsonaro pode trocar quem está fazendo gol contra. O presidente fez sinal de positivo com a mão. Era o início de um dia de forte especulação sobre a queda de Mandetta. E saiu sem falar com a imprensa.

No Palácio do Planalto, o presidente recebeu parlamentares pela manhã. E na hora do almoço decidiu reunir cinco ministros envolvidos no combate ao coronavírus, como Braga Netto, da Casa Civil. Mas não chamou seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que está na linha de frente desde o início.

Bolsonaro preferiu chamar Osmar Terra, seu ex-ministro da Cidadania, deputado federal, aliado de Bolsonaro e visto por grupos que apoiam o presidente como um possível sucessor de Mandetta.

No início da tarde, Mandetta discutiu ações para o combate ao coronavírus com procuradores do Ministério Público Federal. Tudo fechado.

E a coletiva diária sobre as medidas contra a pandemia mudou de formato. De novo. Desta vez ocorreu sem a presença de Mandetta ou outros ministros.

Bolsonaro decidiu marcar uma reunião no mesmo horário com ministros e diretores de bancos públicos para falar sobre os próximos passos do governo no combate à Covid-19.

Mandetta compareceu ao encontro e não falou com jornalistas nem foi visto em público.

Enquanto isso, funcionários do Ministério da Saúde desceram para a portaria para homenagear o ministro.

O vice-presidente Hamilton Mourão disse ao blog da Andréia Sadi que “Mandetta segue no combate, ele fica”. Disse que a reunião tratou de cenários como a flexibilização do isolamento no futuro.

À tarde, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ligou para o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e disse que a saída de Mandetta atrapalharia a relação com o Parlamento.

O Palácio do Planalto não se manifestou sobre a situação do ministro.

Depois de um dia de tensão e dúvidas, o ministro Mandetta deu uma entrevista no Ministério da Saúde para dizer que fica no cargo até o fim da Covid-19. Ele foi aplaudido por um grupo de funcionários do ministério que o esperava e chegou levando apoio político, com deputados da Frente Parlamentar da Saúde e também com representantes do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde.

Mandetta falou das críticas que têm recebido, comentou também sobre a especulação ao longo do dia sobre a possibilidade de ser demitido, admitiu que ficou apreensivo em vários momentos, mas afirmou que permanece no cargo.

“Gostamos da crítica construtiva. O que nós temos muita dificuldade é quando em determinadas situações a crítica não vem no sentido de construir, mas vem para trazer dificuldade no ambiente de trabalho. E isso tem sido uma constante. O Ministério da Saúde adotar uma determinada linha, adotar uma determinada situação, e temos muitas vezes que voltar, fazer contrapontos, para podermos reorganizar a equipe, que fica numa sensação de angústia. Hoje foi um dia que rendeu muito pouco trabalho aqui no ministério. Ficou todo mundo com a cabeça meio avoada, sem saber se eu ia permanecer, se eu ia sair. Agradeço a muitos que vieram em solidariedade: ‘Se você sair, vamos sair juntos’. Gente limpando gaveta, até as minhas gavetas vocês ajudaram a fazer a limpeza. Nós vamos continuar, porque continuando a gente vai enfrentar o nosso inimigo. O nosso inimigo tem nome e sobrenome. É o Covid-19. Nós temos uma sociedade para tentar lutar, para tentar proteger. Médico não abandona paciente. Eu não vou abandonar. Agora, as condições de trabalho que os médicos precisam têm que ser para todos. Eu vou tentar trazer as melhores condições para vocês na ponta. E a única coisa que a gente está pedindo que nós tenhamos o melhor ambiente para trabalhar dentro do Ministério da Saúde”, afirmou.

O ministro da Saúde reforçou a importância de manter o isolamento social e destacou que é preciso tomar decisões de saúde pública baseadas na ciência.

“Eu sempre coloquei que a gente tem condicionantes. Enquanto não tivermos regularização de estoque de EPI, enquanto não tivermos uma previsibilidade de colocação de respiradores, de ventiladores, enquanto não tivermos as condições de mudarmos as recomendações, nós reforçamos que devem ser seguidas as orientações dos senhores governadores dos estados. Nós temos alguns parâmetros. Esses parâmetros vão sendo gradativamente incorporados à sociedade, que precisa entender que a movimentação social é tudo que esse vírus, que é o nosso inimigo, quer. As favelas são numerosas, as favelas são históricas. Além de serem de muito complexidade, é onde as pessoas se identificam com a sua casa. E elas têm todo o direito de saber aonde elas querem viver”, afirmou.

Mandetta disse também que conta com a imprensa para atravessar esse período.

“Esperamos que a gente possa ter paz para poder conduzir. Enquanto essa paz estiver colocada, a gente conta com a colaboração dos órgãos de imprensa. Eu não atendi nenhum de vocês nem ontem nem hoje. Durante o dia foram milhares de centenas de pedidos. Então, eu só espero que a gente possa, com essa equipe, nós vamos atravessar, nós vamos trabalhar. Todo mundo aqui tem uma noção de Brasil muito forte”, disse.

Fonte: G1


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