O ex-ministro Sergio Moro apresentou na noite desta sexta-feira, 24, a um telejornal de alcance nacional, provas das declarações feitas na coletiva das 11h da manhã, quando o ex-ministro acusou o presidente de querer interferir politicamente na Polícia Federal.
Em uma troca de mensagens realizada na noite de ontem, Bolsonaro compartilha com Moro uma notícia de que a PF estaria na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas. Logo a seguir, ele diz que este seria mais um dos motivos "para a troca", se referindo à exoneração do então Diretor-Geral da PF, Maurício Valeixo.
Como resposta, Moro explica ao presidente que a investigação não foi pedida por Valeixo, mas sim conduzida pelo Ministro Alexandre, no STF. E finaliza dizendo que terminariam o diálogo na manhã de hoje, em uma conversa marcada para as 9h.
O Presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em TV aberta na tarde desta sexta-feira, 24, sobre a exoneração de Sergio Moro. Na ocasião, ele afirmou que as acusações do ex-ministro Sergio Moro não tinham fundamento. E acusou Moro de condicionar a troca no comando da PF à sua indicação para o Supremo Tribunal Federal.
Como resposta à acusação, Moro apresentou a imagem de outra troca de mensagens como prova, desta vez com Carla Zambelli, deputada federal pelo PSL, e aliada de Bolsonaro.
Na conversa, Zambelli diz: "Por favor, ministro, aceite o Ramage (que seria uma das indicações de Bolsonaro para o comando da PF). E vá em setembro para o STF. Eu me comprometo a ajudar, a fazer JB (Jair Bolsonaro) prometer".
Sergio Moro responde: "Prezada, não estou à venda".
Zambelli prossegue, dizendo: "Ministro, por favor... Milhões de brasileiros vão se desfazer. Por Deus, eu sei (sobre o ministro ter respondido que não estaria à venda). Se existe alguém no Brasil que não está à venda é o senhor."
Moro finaliza a conversa dizendo: "Vamos aguardar. Já há pessoas conversando lá", se referindo a aliados que já estariam tentando convencer o presidente a mudar de ideia.
Capa: Imagem de rede social